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A CoMu e o III Seminário Mulheres e Universidade
Luta é substantivo feminino. Por isso, a inauguração da CoMu foi escolhida para ser em 25 de novembro, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, instituído pela ONU desde 1999. O compromisso do Fórum de Mulheres em Luta da UFPB e das mulheres participaram do I Seminário Mulheres e Universidade possibilitou a criação da Comu, marco no enfrentamento às violências contra as mulheres na UFPB.
São as mulheres articuladas e organizadas que movimentam as estruturas misóginas, racistas e LBTfóbicas que compõem a sociedade, e que reverberam na UFPB. Além de apresentar oficialmente o setor à comunidade universitária e à sociedade paraibana, durante dois dias, 25 e 26 de novembro, a CoMu, em parceria com o Fórum de Mulheres em Luta da UFPB, promoverá o III Seminário Mulheres e Universidade: Construindo a Política de Prevenção e Enfrentamento à violência contra as mulheres na UFPB.
Na UFPB, as mulheres são maioria entre docentes (50,4%) e quase metade entre as servidoras técnicas administrativas (48,9%) e estudantes (49,5%). Construir uma política com ampla participação de mulheres dos quatro campi e dos diferentes segmentos que compõem a Universidade, é um momento histórico que possibilitará que mulheres com deficiência, negras, indígenas, trans, lésbicas, bissexuais, mães, adolescentes e idosas discutam como a violência impacta de distintas maneiras em suas vidas.
Essa será uma oportunidade para que as mulheres da UFPB se reconheçam e se fortaleçam, fazendo-se ouvir numa instituição que por muitos anos invisibilizou a violência perpetrada contra elas. Será um momento de discutir e pautar políticas que irão incidir diretamente nas suas vidas, assegurando a construção de uma UFPB mais diversa, que enfrente institucionalmente a desigualdade social, o racismo, a lbtfobia e a misoginia.
A Paraíba teve aumento no número de feminicídios e manteve sua alta taxa de violência doméstica contra as mulheres, de acordo com o 13°Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019. Essa realidade é ainda mais brutal para as mulheres negras, que são 61% das vítimas de feminicídios do país. Assim, a CoMu se coloca como uma instância no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres na Paraíba.