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PROBEX UFPB APROVA DOIS PROJETOS DE EXTENSÃO DO GESTAR
Café Geográfico: Olhares interdisciplinares e Mulheres Quilombolas: interseccionalidade e cultura no território tradicional Cruz da Menina, Dona Inês – PB
O projeto “Café Geográfico: Olhares interdisciplinares” tem o propósito de realizar espaços de interlocução com a comunidade acadêmica e público externo à UFPB por meio de debates que promovam a divulgação de pesquisas e de temas inerentes à discussão sobre os conceitos de território, cidadania e etnicidade. O projeto se apresenta como uma ferramenta, desde 2016, em busca de desvendamento social, ou seja, como espaço de discussão, formação cidadã e crítica dos fenômenos com os quais a geografia, a história, a filosofia, a antropologia e outras ciências analisam e colocam como objeto de preocupação. Do ponto de vista teórico e metodológico, buscamos um diálogo interdisciplinar e entre os saberes, tal como propugna Santos (2004) e Morin (2000). O “Café Geográfico”, tem como propósito, possibilitar o confronto de ideias no sentido de interpretar as relações territoriais de poder no campo, cidade e entre grupos étnicos, com enfoque nas relações de gênero, raça e classe. Para tanto, buscamos dar continuidade as ações realizadas ao longo dos últimos anos de execução, criando um conjunto de ações, no sentido de estabelecer debates acerca de temas de relevância social, sendo também uma continuidade dos trabalhos realizados pelo grupo de pesquisa Gestar: Território, Trabalho e Cidadania. As ações extensionistas serão desenvolvidas em parceira inter campi, sendo no Campus I e III em que prosseguiremos criando canais de articulação e intercâmbios entre pesquisadores. Até o presente momento, o conjunto das atividades realizadas pelo café geográfico contou com a participação de um público de aproximadamente 450 participantes. O público alvo do projeto são jovens estudantes da UFPB campus I e III, técnicos, docentes, pesquisadores vinculados ao grupo de Pesquisa Gestar, discentes do Curso de Geografia, Agroecologia, Pedagogia, Ciências Agrárias, dos Cursos Técnicos Integrado em Agroindústria e Agropecuária e da Pós Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas e Geografia. Bem como, representantes de movimentos sociais que atuam em diferentes seguimentos de reivindicação no campo e na cidade. A continuidade das atividades do “café geográfico” vem a colaborar com a comunidade acadêmica e público externo, visto que promove em seus encontros mensais discussões acerca dos contextos sociais, políticos e culturais do nosso cotidiano e que são objeto de análise das Ciências Humanas.
Outro projeto intitula-se “Mulheres Quilombolas: interseccionalidade e cultura no território tradicional Cruz da Menina, Dona Inês – PB” que tem o objetivo de dar continuidade às atividades de extensão universitária sobre gênero, raça e classe com as mulheres residentes na comunidade quilombola de Cruz da Menina, situada no município de Dona Inês – PB. O projeto foi aprovado nos editais PROBEX de extensão universitária nos anos de 2019 e 2020. É uma comunidade quilombola liderada por mulheres que atuam como representantes da Associação Comunitária e em espaços de decisão dentro e fora do território tradicional. A comunidade tem 100 famílias que vivem à espera de sua regularização fundiária e teve seu reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares em 2008. O projeto se justifica pela necessidade de ações de extensão universitária nos territórios quilombolas, cuja vulnerabilidade social desses grupos é patente, ao tempo em que justificamos o trabalho com as mulheres negras, pela Paraíba ter um número representativo de mulheres quilombolas assumindo papéis de liderança nas comunidades. O referido projeto visa dar prosseguimento às atividades já realizadas na referida comunidade. As ações de pesquisa e extensão estão sendo desenvolvidas pelo Gestar: território, trabalho e cidadania/CNPQ. Setenta e cinco mulheres quilombolas participam das atividades do projeto desde 2019, com faixa etária entre 20 a 60 anos. Elas ocupam cargos na associação comunitária, são lideranças políticas e/ou identificadas pela comunidade como lideranças familiares. São agricultoras, donas de casa e/ou aposentadas. Durante a execução das atividades, buscamos realizamos de rodas de diálogos e oficinas que se interpõem as discussões feitas nos grupos de estudos, versando também sobre as demandas e conjunturas da realidade das comunidades quilombolas no Brasil. Promovemos seminários temáticos com exibição cinematográfica durante as oficinas realizadas, com vistas a discussão de documentário e curta-metragens como metodologia de análise da realidade sócio espacial e as relações de gênero no quilombo. As oficinas continuarão sendo realizadas com as mulheres quilombolas e terão o objetivo de estabelecer uma troca de saberes, em que partiremos das reflexões apresentadas por autores que discutem o papel da comunicação, a importância dos saberes e valores dos sujeitos partícipes das atividades propostas, tal como os apresentados por Freire (2017). Realizamos avaliações continuadas com as participantes, buscando identificar, acompanhar e aperfeiçoar as temáticas e o desenvolvimento das atividades. Igualmente valorizaremos o debate interdisciplinar, amparados em autores como Morin (2000) e Santos (2006) quando afirmam que algumas ciências nascem dentro de sistemas complexos e multidimensionais de investigação.
Em breve será publicado o cronograma de atividades do projeto de extensão “Café Geográfico: Olhares interdisciplinares” e do “Mulheres Quilombolas: interseccionalidade e cultura no território tradicional Cruz da Menina, Dona Inês – PB” que terá ampla divulgação nos murais e nos portais de notícias da UFPB, no site do Gestar e Laboratório de Estudos do Território, da cultura e Etnicidade http://www.geociencias.ufpb.br/gestar.