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Pio

Nome genérico dado aos instrumentos de sopro, feitos de madeira, geralmente bambu, destinado à atração de animais ou à caça de espera.
publicado: 28/11/2016 10h51, última modificação: 17/04/2018 18h22
Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 64

Fonte: Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte. p. 64

Pio s.m. Nome genérico dado aos instrumentos de sopro, feitos de madeira, geralmente bambu, destinado à atração de animais ou à caça de espera. Renato Almeida (1942: 56) apresenta outros materiais onde se pode produzir o pio, como côco, folha de palmeira, cana de pena, toboca, chifre ou casca de caracol, osso e cerâmica.

Segundo Mário de Andrade (1989: 399) “os pios imitam, às vezes com uma perfeição inexcedível, a voz de certas aves”. Ele ainda descreve o instrumento como “um cilindro esvaziado, curto, tapado numa das pontas, e com a outra afinada, com um orifício no corpo do cilindro, pra passagem do ar assoprado, como um que vi, de inambuguaçu. Pios dessa forma inda trazem um segundo orifício, com que o caçador modifica o som ou dá o recorte rítmico das vozes naturais”. Destes exemplares descritos, pode-se extrair que possuem ductos internos para produção do som, e por possuir corpo globular, com digitador para modificação sonora, obedece a classificação 421.221.41.

O Pio é também chamado por Helza Cameu (1979: 65) de Chamariz, ou por Renato Almeida (1942: 56) de Assovio ou Apito, que cita a existência de exemplares imitando canto de aves, ou de marrecos, como o exemplar dos índios Apinajé, ou ainda o dos Canelas, que imita o canto dos galos.

Seu som é produzido pela corrente de ar que passa no tubo cilíndrico, sendo a produção sonora feita através do posicionamento dos lábios em orifício, não possuindo ducto. Nesse caso, por ser um instrumento de corpo globular, segue a classificação 421.13.

Renato Almeida (1942: 56) apresenta ainda o Buré como o pio de caça dos Apinajé, habitantes das margens do Rio Tocantins e Rio Araguaia, estado do Tocantins. Também inclui o Mimê, um apito feito de taquara, utilizado pelos índios Maué, da região do Rio Tapajós, e o pio feito com crânio de veado, particularmente usado pelos índios do Rio Branco, Acre.

 Rayssa Claudino de Melo

Referências:

Almeida, Renato C. 1942. História da Música Brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Briguiet.

Andrade, Mário de. 1989. Dicionário musical brasileiro. Belo Horizonte; Brasília; São Paulo: Itatiaia; Ministério da Cultura e Universidade de São Paulo.

Cameu, Helza. 1979. Instrumentos musicais dos indígenas brasileiros: catálogo da exposição. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional; Funarte.