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Reco-gogô
Reco-gogô s.m. Idiofone de corpo cilíndrico com recipiente, percutido diretamente ao atrita a superfície dentilhada com o auxílio da vaqueta (baqueta). Semelhante ao reco-reco tradicional, porém, no centro do reco-gogô é adicionada uma cabaça que lhe confere uma sonoridade mais grave se tocado mais ao centro. Na dissertação de Letícia Coelho consta que segundo o construtor Antônio Luiz de Matos, conhecido como mestre Antônio, “o ‘sentinela’ – o índio responsável por vigiar a aldeia – tocava o reco-gogô para avisar os demais índios da presença de um perigo, um ‘instrumento seríssimo’ – (2011, p. 195, 196)”. Sua construção pode ser com a madeira vinhático, que dá uma curvatura diferente para cada reco-gogô construído, sua espessura normalmente é menor que a do reco-reco [30 cm de comprimento] (Coelho, ibid). Pode ser assim, classificado de acordo com a tabela Hornbostel-Sachs, na posição de número 112.212.
Mestre Antônio reside no Alto do Jequitinhonha, região do Vale de Jequitinhonha, em Minas Gerais. Fabrica instrumentos para grupos de manifestações culturais, também desenvolve outros instrumentos sob encomenda e em suas oficinas, onde ensina a construir instrumentos, sendo o caso do reco-gogô que aparece na imagem, desenvolvido como resultado de uma de suas oficinas.
Referências
COELHO, Letícia. Do cerrado ao Ministério da Cultura: trânsitos e construções de um Mestre e seus tambores. PPGAS-UFSC. Florianópolis. 2012.
Eraldo Kelvin Brasil de Azevedo