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Tambor Abatá

O tambor Abatá, é um membranofone encontrado no Maranhão, composto de duas peles, cada uma delas esticadas sobre as extremidades de um corpo “oco”, uma caixa de ressonância composta de madeira
publicado: 13/10/2024 10h17, última modificação: 06/02/2025 11h33

O terreiro ilê Axé Ota Olé, casa de Pai José Itaparandi, que em português significa: terreiro de Mina Pedra de Encantaria, segue a tradição vodun bade nação nagô, lá foi encontrado dois tambores abatas com seus corpos em formatos cilíndricos, afinados por cordas, sendo posicionados horizontalmente sob pedestais de madeira, segundo pai josé a madeira desses tambores vem de uma palmeira encontrada na região, conhecida popularmente por “macaúba” ou “mucajuba”, apanhadas em luas certas e após virarem tambores são batizados, sendo vistos pela casa como um instrumento sagrado, que é capaz de comunicar com o mundo espiritual e gerar o transe. Nessa casa, assim como em outros terreiros, também foi encontrado um tambor de uma só membrana chamado de “tambor da mata”, usado para tocar no culto do caboclo.
O tambor abata pode ser classificado como um membranofone (2) pois seu som é obtido através da vibração de uma membrana esticada,2.1 percutidos, 2.1.1 sendo percutido diretamente pelo instrumentista através da mão ou de uma baqueta, 2.1.1.2.1 pois seu formato é cilíndrico, tendo o mesmo diâmetro no meio e em suas extremidades, 2.1.1.2.1.1.2. Pois é fechado por outra membrana na extremidade oposta a membrana percutida.
Podemos ver com mais detalhes e execução do toque desse tipo de tambor sendo tocado em um culto no terreiro Ilê Nifé Olorum (Terreiro da Turquia) de Pai Euclides em São Luís, através de um registro fonográfico disponível na plataforma digital You Tube.
Tambor de mina é o nome dado a uma manifestação religiosa afro-brasileira surgida na capital maranhense no século XIX. também se estendeu para outros estados do norte e nordeste e grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília através de migrantes do Maranhão e Pará, ainda assim o maranhão continua sendo o estado onde mais vemos dessa cultura.
Em São Luís foi fundado a Casa das Minas, terreiro Jeje, por membros da família real daomé, sendo considerado o mais antigo, nessa linha, as entidades espirituais são chamadas genericamente de “voduns”. nessa linhagem Jeje (etnia vinda de Angola) são tocados três tambores de uma só membrana chamados de atabaques.
Referências
Documentário produzido pelo canal Futura, nesse episódio, o tambor de Mina do Pai Itaparandi. Disponível em: https://youtu.be/6-QmtLvd2SQ?si=gFlkNSqIs3MqN3SQ
Tambor de mina. Ilê NIfé Olorum (Terreiro da Turquia). Pai Euclides Menezes Ferreira. Cruzeiro do Anil - São Luís - 24/06/1997. Fotografia: Paulo Cesar Soares. Produção: Cláudia Baima e Otavio Rodrigues. Disponível em: https://youtu.be/8zmne_UfBjk?si=8FZFoVuJ4QfyH8Vl
LIMA, Ronaldo Batista de. Atabaques do candomblé e tambores batá da Santeria: toques e formação do ogã. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Universidade de Brasília. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/21517/1/2018_RonaldoBatistaDeLima_tcc.pdf. Acesso em: 15/07/2024.
FERRETTI, Mundicarmo. TAMBOR-DE-MINA EM SÃO LUÍS: dos registros da Missão de Pesquisas Folclóricas aos nossos dias. Revista Pós Ciências Sociais, v.3,n. 6, 20 Mar 2012 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/811/3043 . Acesso em: 15 jul 2024.