Você está aqui: Página Inicial > Contents > Páginas > Acervo Brazinst > Membranofones > Tambor
conteúdo

Notícias

Tambor

Designação genérica para diversos instrumentos membranofônicos presentes no Brasil. Trata-se de um membranofone percutido diretamente, cilíndrico e fechado (2.1.1.2.1.1.2).
publicado: 05/02/2017 10h17, última modificação: 05/11/2018 10h52
Exemplo de tambor de caboclinhos em uso. 
(Foto: Marta Sanchis - 2013)

Exemplo de tambor de caboclinhos em uso. (Foto: Marta Sanchis - 2013)

Tambor s.m. Designação genérica para diversos instrumentos membranofônicos presentes no Brasil. Trata-se de um membranofone percutido diretamente, cilíndrico e fechado (2.1.1.2.1.1.2). 

Na dança dramática conhecida por Caboclinhos ou Cabocolinhos — dança bastante popular nos estados de Pernambuco e Paraíba — o chamado tambor de caboclinhos exerce papel fundamental juntamente à gaita, a preaca e o caracaxá. Madureira (1980), diz que o tambor “é a base e o sustentador da marcação rítmica executando os padrões denominados popularmente de toques”. 

Dentro do repertório ritmico dos caboclinhos, fala-se na existência de três toques básicos: são eles o perré, o toque de guerra e o baiano. Madureira, classifica o perré como mais lento, o toque de guerra como movido e o baiano como sendo o mais rápido. 

Guerra Peixe (1966), escreve o mesmo instrumento com o nome de surdo, e diz que na música dos caboclinhos, “o executante usa de uma maçaneta para percutir na membrana, e de uma vareta ou pedaço de arame chamado bacalhau ou resposta para percutir no metal do instrumento”. 

A espécie e a função do tambor, variam de acordo com o gênero musical e a dança executados em questão. No maracatu, as descrições de tambor encontradas, dão as características ao instrumento conhecido por alfaia — “são os responsáveis pela poderosa e complexa polirritmia dos toques.” (Madureira, 1980:12). Descrito como integrante da ala percussiva, juntamente com tarol, caixa, gonguê e agogô. 

Na Ciranda, o tambor exerce uma base rítmica, descrita como solene, repetitiva e simples — “seu toque é constituído de um pequeno ciclo de quatro pulsações onde a primeira é fortemente acentuada e as três seguintes menos forte e sem acentuação” (Madureira, 1980:7). Um fator que chama atenção é que na Ciranda o instrumentista só utiliza uma baqueta, enquanto a outra mão é usada para abafar alguns toques. Enquanto no maracatu e caboclinhos, o instrumentista precisa de duas baquetas para executar os toques pedidos. 

Gabriel da Rosa Seixas

 Referências

Guerra Peixe, César. 1966. Os cabocolinhos do Recife. In: Revista Brasileira do Folclore. 15/6: 135-58.

 Madureira, Antônio José. 1980. Iniciação à música do Nordeste: através dos seus instrumentos, toques e cantos populares. Apostila datilografada não publicada. Brasília: Conselho Nacional de Pequisa – CNPq.