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Banca de qualificação de mestrado : Análise do risco de exposição à radiação não ionizante nas residências verticais em áreas de regiões brasileiras.
TÍTULO: Análise do risco de exposição à radiação não ionizante nas residências verticais em áreas de regiões brasileiras.
DISCENTE: ANDREZZA ARAUJO RODRIGUES DA SILVA.
DATA: 28/02/2018; HORA: 09:00; LOCAL: Laboratório de Análise do Trabalho
RESUMO: Radiação sob a forma de ondas de rádio, emissões de telefones celulares e luz visível, todos constituem radiação eletromagnética. Os campos magnéticos gerados pela rede de distribuição elétrica, que têm frequência de 60 Hz nos EUA, Canadá e América do Sul, e 50 Hz na Europa e em outros lugares são descritos como de extrema baixa frequência (do inglês, extremely low frequency eletromagnetic field - ELF EMF) em termos de frequência eletromagnética. A exposição à ELF EMF, que é caracterizada por frequências inferiores a 300 Hz, deve-se à ocorrência de fenômenos naturais ou está associada à geração e transmissão de energia e uso de eletrodomésticos. A emissão de ELF EMF por dispositivos que são alimentadas por energia elétrica, ou seja, por fontes artificiais, é a mais significante. As fontes naturais de exposição incluem o campo geomagnético da Terra, trovões e relâmpagos. Tendo em vista que os avanços tecnológicos permitiram que um número cada vez maior de equipamentos eletroeletrônicos passasse a fazer parte da rotina das pessoas, cresceu o número de pesquisas referentes aos efeitos da exposição das pessoas a radiação não-ionizante de extrema baixa frequência nos mais diversos ambientes. Schuz e Erdmann (2016) afirmam que os dispositivos elétricos, no geral, embora emitam altos níveis de campos magnético, têm seu uso comumente restrito a curtos períodos de tempo, fazendo com que não contribuam substancialmente para a média exposição diária dos indivíduos em residências. Sendo assim, é necessário levar em consideração outras importantes fontes emissoras de radiação não ionizante, tais como as linhas de alta tensão, os transformadores e as instalações elétricas presentes nas adjacências das residências. Estas são bastante significativas, uma vez que resultam em níveis de exposição mais elevados nas áreas próximas, incluindo o interior de edificações. No entanto, todas essas fontes oferecem riscos para o meio ambiente e saúde humana, uma vez que expõem seus usuários à radiação eletromagnética não ionizante, a qual apresenta como característica o fato de ser absorvida pela pele e por níveis mais profundos do corpo. A duração e a distância mantida destas fontes são as principais variáveis que determinam a intensidade da exposição dos indivíduos próximos. Com o crescimento da preocupação com a exposição cotidiana dos indivíduos à radiação não ionizante de extrema baixa frequência, diversos trabalho publicado tem buscado estabelecer uma conexão direta entre essa exposição e o desenvolvimento de doenças e distúrbios, como mal de Parkinson, depressão, alterações no fluxo sanguíneo cutâneo; e alguns tipos de câncer, dentre eles a leucemia infantil, o glioma, o linfoma não-Hodgkin, o tumor no cérebro e o câncer de mama. Estudos de autores de diferentes países associam a presença de estações internas de transformadores em edificações verticais à elevação dos níveis de campo magnético de extrema baixa frequência aos quais estão expostas as pessoas que nelas habitam. Outros autores analisam o impacto de equipamentos e dispositivos elétricos que constituem fontes de campos magnéticos de extrema baixa frequência cujo alcance é restrito a algumas áreas circunvizinhas, como: computadores, televisores, celulares, notebooks, geladeiras, fornos, fogões, fornos de micro-ondas, sistemas de conexão wireless, notebooks, computadores, sistemas de climatização, impressoras, receptores de sinal, modems, cafeteiras, sanduicheiras, churrasqueiras elétricas, chuveiros elétricos, etc. Nota-se que o foco da literatura ao tratar da radiação não ionizante nos últimos anos é a investigação de uma possível associação entre a exposição e o desenvolvimento de distúrbios, em estudos de natureza epidemiológica. Considerando o exposto, observa-se que não têm sido desenvolvidos estudos que avaliem o risco em termos probabilísticos da exposição a ELF EMF através da formulação de modelos matemáticos, considerando fatores internos associados ao interior dos ambientes, como a intensidade de campo elétrico e magnético, a densidade de equipamentos eletroeletrônicos, a presença de dispositivos de transmissão de sinal wi-fi e radiofrequência; fatores externos relacionados ao entorno imediato da edificação, tais como a densidade de construções, a presença de edifícios multipavimentos, a presença e distância de transformadores externos, internos, a fios e cabos de alta tensão, a existência de áreas de ilhas de calor, etc.; fatores térmicos como temperatura do ar, temperatura radiante média e temperatura de globo; e fatores pessoais envolvendo idade, sexo e tempo de exposição, embora estes possam explicar os níveis de radiação não-ionizante aos quais as pessoas estão expostas, que são potencialmente degradantes a sua saúde. Além disso, estes estudos não têm contemplado uma análise do risco da exposição a ELF EMF utilizando procedimentos probabilísticos.
PALAVRAS-CHAVES: Campo eletromagnético, transformador de energia elétrica, edificações, morfologia urbana, modelagem matemática.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - LUIZ BUENO DA SILVA
Interno - RICARDO MOREIRA DA SILVA
Externo ao Programa - PAULO CESAR DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - JOSE FELICIO DA SILVA