Exposição "Cores Nativas" entra em cartaz no MCCHJ

O projeto Cores Nativas: expressão artística da flora paraibana, idealizado pelas artistas Lola Pinto e Lucyanna Azevedo, é uma imersão nas possibilidades tintoriais da biodiversidade paraibana, explorando a relação entre território, sustentabilidade, arte e criatividade. O projeto se destaca pela criação de tintas naturais, fruto de uma intensa pesquisa sobre plantas nativas das regiões do Litoral e Agreste da Paraíba, com foco nos biomas de Restinga, Mata Atlântica e Caatinga.

O fio condutor do projeto é o profundo vínculo entre arte e natureza, onde cascas e sementes de plantas são transformadas em pigmentos e corantes, que servem de base para a criação de tintas para diversos tipos de superfícies, como, parede, madeira, papel, tecido e cerâmica. Cores Nativas é o resultado de um processo colaborativo e de experimentação, que une a alquimia dos corantes vegetais de Lu Azevedo e a identidade visual e poética de Lola Pinto.

Durante o processo de pesquisa, as artistas coletaram e testaram materiais tintoriais diretamente da flora paraibana, respeitando as práticas tradicionais e os conhecimentos das comunidades locais. O projeto inclui, ainda, uma conexão com a agricultura familiar dessas regiões, valorizando o potencial ecológico e renovável das plantas utilizadas.

A exposição Cores Nativas é o ápice dessa jornada artística, apresentando peças que desafiam os formatos convencionais de expografia e propõem uma interação sensorial com o público. A exposição é composta por uma diversidade de materiais e superfícies, incluindo cerâmicas e tecidos pintados à mão, que ressaltam a interligação estética entre as artistas e as cores da terra.

Cores Nativas representa uma confluência entre tradição e inovação, explorando a biodiversidade paraibana e trazendo à tona importantes reflexões sobre sustentabilidade e consumo consciente. Com a força das cores colhidas do solo fértil da Paraíba, o projeto nos conduz a uma experiência sensorial profunda, enraizada no amor à arte, à terra e à ancestralidade.

A mostra pode ser conferida na galeria Serraria do MCCHJ, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.