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A cidade em movimento

A dança como conhecimento
publicado: 09/07/2018 18h30, última modificação: 07/08/2018 20h33

Projeto leva aos moradores de João Pessoa a dança como um campo de conhecimento

A dança é uma arte que há muito tempo faz parte da história humana. Em cada época, um estilo diferente, novos movimentos e inúmeras perspectivas. Dos passos medievais aos contemporâneos, ela sempre proporcionou uma reflexão, um aprendizado. E foi com base nesse pensamento que alguns alunos dos cursos de Dança e Teatro da Universidade Federal da Paraíba, do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA), coordenados pelo docente Victor Hugo Neves, elaboraram o projeto "Coletivo de Dança Redemoinho/UFPB", que tem como objetivo proporcionar a difusão, valorização e promoção dessa expressão artística na cidade de João Pessoa.

Segundo Victor, o projeto surgiu de uma demanda apresentada pelos alunos, que desejavam trabalhar com um esquema de composição coreográfica e com o modo de organização dos movimentos corporais. "A partir desse desejo, realizamos conversas com os estudantes e então criamos o primeiro projeto, em 2017, com o título 'Vamos circular com dança nas escolas'. Aos poucos, fomos sendo reconhecidos e começamos a participar de editais. A ideia cresceu e, neste ano, resolvemos elaborar o Coletivo, o que tem contribuído muito para o nosso crescimento artístico", relatou o docente.

As apresentações, que antes estavam restritas às escolas, agora são feitas em teatros, eventos e em pontos de referência da capital paraibana, como a Praça da Paz e o Busto de Tamandaré. Com a população, o grupo desenvolve oficinas de movimentos corporais e debates sobre a importância da dança na educação.

Um dos locais onde as atividades são desenvolvidas é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Helder Câmara, localizada no bairro do Valentina de Figueiredo, e que, segundo a equipe, é um espaço que apresenta amplas demandas de vivências artísticas e educacionais. Na opinião de Adriano Marcos, professor de dança da instituição e um dos beneficiados, o projeto foi bastante significativo na rotina dos alunos envolvidos. "Percebi que os laços de amizade entre eles se fortaleceram. A dança os fez perceberem que existe um corpo que é sua casa e que precisa ser bem cuidado para não vir a ficar debilitado", contou o professor.

Para Aelson Felinto, estudante de Teatro e voluntário do projeto, ter a possibilidade de aprimorar o que aprendeu na sala de aula é um exercício de grande contribuição para a sua formação. "Eu sou da área de produção, então fico na parte técnica das apresentações. Entretanto, sempre participo das conversas e de alguns ensaios, o que me permite aprender como tudo funciona, enxergar o espaço que a dança tem no dia a dia das pessoas e a refletir sobre ela como um campo de conhecimento, pois ainda é muito excluída do cenário educacional brasileiro", disse Aelson.   

O grupo enfatiza a importância do público no avanço do Coletivo, pois é por meio do contato com a comunidade e do compartilhamento das vivências que se pode criar coreografias que proporcionem a reflexão e funcionem como um espelho da sociedade na qual está inserida.

As atividades seguem até o final do ano e contam com a contribuição da Coordenação de Extensão Cultural da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, que está articulando a realização das apresentações em teatros das cidades vizinhas. É a dança ganhando o seu espaço na sociedade, na educação e movimentando a vida de muita gente.

 

 * Reportagem de Raian Lucas - Bolsista PRAC (2018)