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Creditação da Extensão
Creditação da Extensão: da sala de aula para o contexto social. Ilustração de Pedro Monteiro (2021)
O Conselho Nacional do Ministério da Educação (CNE – MEC) publicou, em julho de 2018, uma resolução estabelecendo que as instituições de ensino superior implementem diretrizes para creditação da extensão nos cursos de graduação até dezembro de 2021. De acordo com a resolução do CNE, as atividades extensionistas devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária dos cursos de graduação.
Visando trabalhar aspectos da inserção da extensão na matriz curricular dos cursos de graduação, o projeto “Ações estratégicas para a Creditação da Extensão na UFPB” tem realizado atividades que integram ensino e extensão em duas disciplinas do curso de Tecnologia de Alimentos.
A Comissão de Creditação tem representantes da PROEX, da Pró-reitoria de Graduação e docentes convidados. A comissão elaborou uma minuta de resolução para regulamentar a política de creditação na UFPB, que foi apresentada à comunidade em setembro e encontra-se em fase de finalização.
A professora Ana Braga (CTDR/UFPB), membro da comissão de creditação e uma das primeiras na UFPB a ministrar uma disciplina tendo a extensão como abordagem, reforça a importância da reformulação da atual matriz curricular.
“Faz-se necessário iniciar um período de reformulação dos atuais PPCs (Projeto Pedagógico de Curso) para a inserção da extensão como parte da matriz curricular. Este projeto visa assessorar os Núcleos Docentes Estruturantes no tocante a reflexões e identificação de potenciais ações e parceiros para as atividades curriculares de extensão”, conta a professora.
Segundo a professora, em 2019, foi criado um grupo de trabalho para discutir a creditação, mas devido à COVID-19 não foi possível ampliar a discussão em 2020. Contudo, a creditação foi foco de um projeto de extensão que disseminou atividades em duas disciplinas do curso de Tecnologia dos Alimentos.
Atividades de extensão nas disciplinas do CTDR
A disciplina de Seminários em Educação Ambiental, Especial e Direitos Humanos, associada com o projeto de extensão coordenado por Ana Braga, funcionou em dois momentos. O primeiro, por meio do diagnóstico e produção de conteúdo sobre o uso e o destino do óleo de fritura em empreendimentos, tais como restaurantes e lanchonetes.
Já no segundo foi de realização de seminários online (webnários) sobre os impactos dos agrotóxicos, bem como sobre os benefícios da agroecologia. Além disso, os webnários também divulgaram o trabalho da Central de Comercialização da Agricultura Familiar (CECAF) em João Pessoa.
Intitulados "Agroecologia e Agrotóxicos: impactos na agricultura familiar", os webnários foram organizados pelos estudantes, que entraram em contato com pessoas de referência na temática escolhida, além das demais questões associadas a um evento.
Para o aluno Natan Santos, a disciplina extensionista é fundamental para diminuir o espaço entre a produção acadêmica e a sociedade.“Acredito que a universidade atualmente enfrenta este problema, estando um pouco distante da sociedade, das empresas. Então, esta metodologia extensionista nos reaproxima com as questões sociais e foi muito agregadora para o meu desenvolvimento”, afirma o estudante da graduação em Engenharia de Produção.
Já a disciplina de Empreendedorismo teve o protagonismo dos estudantes na execução e planejamento de um curso para mulheres em vulnerabilidade social atendidas pela da Associação Artyoga - JP. A turma elaborou o material para o curso e ofereceu mentoria, visando fomentar o empreendedorismo feminino.
Ainda como atividade da disciplina piloto, foi realizada, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) de João Pessoa, a oferta kits de ingredientes juninos para 30 mulheres, para que elas produzissem e comercializassem comidas típicas juninas.
A aluna Rízia Nascimento, do curso de Tecnologia dos Alimentos, reforça a importância da extensão como prática social. “A experiência de participar de um projeto de extensão é algo incrível, que todos os alunos que tiverem a oportunidade deveriam participar. É uma vivência única. Permite-nos ver o que realmente o mundo precisa e colocar em prática os nossos conhecimentos, fazendo algo pelo próximo”.
Para a aluna de pedagogia Maria Sara, discente bolsista, o projeto foi transformador na sua vida, principalmente porque pôde trabalhar suas habilidades de futura pedagoga através das atividades realizadas.
“Como discente de pedagogia, pude acompanhar a professora Ana Braga na construção das atividades com os estudantes da disciplina empreendedorismo. Apesar do curso não ser minha área de atuação, o processo de elaboração de atividades no projeto, o acompanhamento do desenvolvimento pedagógico dos estudantes, o trabalho com as mulheres da associação Artyoga foi para mim um momento de aprendizagem e enriquecedor na minha atuação como futura pedagoga”, conta.
Reportagem de Arthur Souza, bolsista da PROEX (2021). Editada por Comunicação PROEX.