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Projeto Dó, Ré "Me Faz Comer" promove alimentação saudável para crianças com câncer.
Atividade realizada pela equipe para apresentar formas de consumo de frutas. Imagem disponível no Instagram.
Crianças com câncer têm alimentação mais saudável através de projeto que busca melhorar a qualidade de vida
No Hospital Napoleão Laureano, antes da pandemia, crianças diagnosticadas com câncer e em tratamento ambulatorial eram convidadas por extensionistas da UFPB para experimentar alimentos saudáveis de forma divertida. No espaço eram desenvolvidas atividades que buscavam diminuir as restrições que a doença coloca para as brincadeiras infantis, a alegria e a diversão, além de transformar o hospital em sinônimo de felicidade.
Desde 2017, o projeto Dó Ré "Me Faz Comer" realiza jogos de tabuleiros, oficinas de culinária, exibe filmes, apresenta peças teatrais e contos infantis, colocando o alimento saudável como protagonista da diversão. A equipe procura desfazer a ideia de que o hospital é um ambiente onde só há sofrimento, substituindo por uma ideia lúdica onde é possível brincar e conhecer novos sabores, o que contribui tanto para a aceitação de alimentos, quanto para o tratamento.
A coordenadora do projeto e professora do Departamento de Nutrição, Vanessa Messias Muniz, explica que durante o tratamento oncológico a aceitação de alguns alimentos fica bastante prejudicada, em função das consequências do tratamento e da doença. Por esse motivo, uma má reação diante de certo alimento, pode gerar uma rejeição absoluta e prejudicar a nutrição da criança.
"O objetivo é fazer com que a criança entre nesse mundo mágico e, portanto, aprove o alimento e, mesmo que ela não o consuma, pelo menos a relação negativa com ele será quebrada, e isso é muito importante inicialmente", explica a coordenadora.
De forma presencial, o projeto dependia do fluxo do hospital e chegava a atender turmas de 20 a 30 crianças. Atualmente, o grupo de WhatsApp possui 54 responsáveis e o Instagram tem mais de 440 seguidores.
A pandemia impossibilitou que esse trabalho pudesse ser feito presencialmente, diante da fragilidade da saúde dos beneficiários e segurança dos envolvidos. Por isso, ele foi repensado para uma versão remota, realizada através do WhatsApp e Instagram.
Semanalmente, os responsáveis recebem no grupo do WhatsApp atividades que podem desenvolver em casa com as mesmas características das realizadas presencialmente: o alimento é sempre o protagonista. A extensão utiliza o Instagram para divulgar receitas saudáveis, de fácil manipulação e considerando os alimentos importantes para pacientes que estão em tratamento.
Segundo a coordenadora, propor a realização de atividades remotas trouxe certa preocupação, já que não seria possível oferecer as condições materiais para as famílias. No hospital, a equipe levava os materiais e alimentos, com a realização das atividades em casa, a equipe passou a utilizar alimentos que são mais facilmente aceitos e também mais acessíveis para as famílias.
A equipe buscou criar atividades nas quais a manipulação de alimentos seja simples, assim a família leva mais tempo na brincadeira do que no preparo. A estratégia tem sido eficiente e, mesmo a distância, o projeto tem conseguido alcançar o objetivo.
Como afirma Camila Nogueira, extensionista e estudante de Nutrição, o importante é melhorar as condições de vida das crianças. Ela lembra da fala de uma das coordenadoras logo na primeira reunião: "mesmo que não possamos mudar todos, se fizermos a diferença na vida de uma criança, isso já é muito!” Para ela, ver o impacto positivo do projeto e a alegria das crianças é o mais marcante da ação.
Durante sua participação na extensão, Camila conheceu a realidade de crianças em tratamento ambulatorial, desde a convivência com a doença até os diversos procedimentos médicos, que mudam a rotina da infância.
"Minha vivência me permitiu pôr em prática uma ação profissional cada vez mais empática, conciliando meu conhecimento teórico com o atendimento mais humanizado. Assim as ações fortaleceram em mim a responsabilidade sobre meu trabalho, me permitiram cada vez mais aprimorá-lo e integrá-lo a um olhar cuidadoso e abrangente", afirma a extensionista.
Equipe do projeto
Docentes | Discentes |
Vanessa Messias Muniz (coordenadora) Ana Paula Moraes Ventura (coordenadora adjunta) |
Barbara de Lima Ponciano Costa (bolsista) Veridiana Alves De Lima (voluntária) Camila Pereira Nogueira (voluntária) Sarah Gregorio Falcão (voluntária) Flaviane Izabel Alexandre Ferreira (voluntária) Safira Felix Gomes dos Santos (voluntária) Victor Bruno de Araujo Alves Ferreira (voluntária) |
Reportagem de Grace Vasconcelos (bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.