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Dia Mundial de Saúde Bucal
Diversas enfermidades foram desencadeadas ou agravadas durante a pandemia. Boa parte delas por causa do estresse e ansiedade gerados pelas incertezas. Um dos problemas que se tornou mais frequente foi o Bruxismo, caracterizado pelo ranger ou apertamento exagerado dos dentes durante o dia ou à noite.
O bruxismo do sono acaba prejudicando os dentes por conta do excessivo desgaste causado pelo seu ranger. Restaurações, próteses e até mesmo implantes dentários se encaixam nesse quadro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a disfunção afeta cerca de 84 milhões de brasileiros, equivalente a 40% da população. Pensando nisso, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), por meio da Coordenação de Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho (CQVSST) e a Divisão de Qualidade de Vida (DQVS), orienta:
O bruxismo – definido como o contato forçado não funcional das superfícies oclusais dos dentes – é uma ação involuntária que envolve o apertar ou o ranger dos dentes durante movimentos não funcionais do sistema mastigatório. Pode ocorrer durante o dia ou durante a noite, caracterizando situações distintas, como o bruxismo em vigília e o bruxismo do sono, respectivamente.
O bruxismo noturno é mais prejudicial às estruturas orais, pois consiste no ranger propriamente dito dos dentes, e o indivíduo o faz de maneira inconsciente, resultando em contrações rítmicas dos músculos e, muitas vezes, produzindo sons de rangimento, estalos ou batimentos leves nos dentes. Já o bruxismo diurno, consiste apenas em apertar os dentes.
Os fatores etiológicos relacionados com o bruxismo são:
a) fatores locais: alterações do posicionamento e função dos dentes;
b) Distúrbios do sono: no caso de bruxismo noturno, ocorrem movimentos involuntários dos músculos faciais durante despertares breves;
c) fatores Psicossociais: estresse e ansiedade;
d) fatores externos ou secundários: uso de alguns antidepressivos, tabagismo, consumo de bebidas alcóolicas e cafeína;
e) fatores genéticos.
Uma vez que o bruxismo é de etiologia multifatorial, a abordagem terapêutica requer diferentes intervenções. No caso do bruxismo noturno, além de se tratar alterações oclusais (quando presentes), o uso da placa de mordida evita o contato dos dentes durante o sono e consequentemente os efeitos nocivos relacionados.
O tratamento do Bruxismo de vigília começa quando o paciente adquire uma melhor percepção corporal, observando em vários momentos durante o dia se ele está ou não apertando os dentes. Existe um aplicativo chamado “DESENCOSTE” que auxilia o paciente a se lembrar, de tempos em tempos, de desencostar os dentes, além de trazer informações sobre a posição correta dos dentes em repouso.
Outro fator importante para o tratamento do bruxismo é o combate ao estresse e ansiedade. Apesar de ser difícil não estar ansioso em tempos de pandemia pelo novo coronavírus, é importante buscar ter momentos de lazer em casa e realizar tarefas prazerosas e relaxantes.
Existem também técnicas respiratórias que ajudam no relaxamento corporal, aproveite as aulas on-line gratuitas que estão disponíveis durante a quarentena para reduzir o estresse e ansiedade.
É importante também controlar os estímulos ao Sistema Nervoso Central (SNC), evitando ou reduzindo o tabagismo e o consumo de bebidas estimulantes, como café e refrigerantes. No caso de pessoas que fazem uso de antidepressivos, a redução da dose ou substituição do fármaco deve ser avaliado pelo médico assistente.
Referências:
American AcademyofPediatricDentistry, 2006—2007, Definitions, Oral Health Policies, andClinicalGuidelines, Available in: URL: http://www.aapd.org/media/policies.asp.
Gomes, N.S. Considerações sobre o bruxismo infantil. 2011. 38 f.- Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araçatuba-SP.
Calderan, M. F.; Silva, T. C.; Honório, D. R.; Oliveira, T. M.; Machado, M. A. A. M. Fatores etiológicos do bruxismo do sono: revisão de literatura / Etiologyofsleepbruxism: literaturereview. Rev. odontol. Univ. Cid. São Paulo (Onl)