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Pró-Reitor de Gestão de Pessoas dá boas-vindas à comunidade acadêmica
Com o início do período letivo marcado para amanhã (01/02), a Universidade Federal da Paraíba volta a ter seus espaços ocupados por estudantes, docentes e técnico-administrativos para o cumprimento de mais uma etapa acadêmica. O sentimento de construção de novos caminhos é reafirmado em cada um e uma reflexão é necessária para que esse percurso seja iniciado com a consciência da luta por um futuro de igualdade.
O Pró-Reitor de Gestão de Pessoas, Francisco Ramalho, dá as boas vindas à comunidade acadêmica, avaliando a conjuntura que envolve as comunidades universitárias e a realidade brasileira de uma forma geral.
VOLTA ÀS AULAS, DE VOLTA PARA CASA
Professores, técnico-administrativos e estudantes, sejam novamente bem-vindos!
Fim das férias... a lembrança das festas ainda está em cada um de nós. Dançam na nossa memória a ceia do Natal, o som das taças que se tocaram, a contagem regressiva, o abraço apertado, fraternal ou apaixonado, o espetáculo dos fogos em saudação ao Ano Novo, a esperança renovada no raio de luz que clareou a noite. Foi bom! Ficaram o cheiro, o gosto, o som, em cores, colados à nossa pele!
Estávamos quase todos de branco. Uns, se assustaram com a rolha do champanhe, mas beberam-no. Outros, não queriam sair da dieta, mesmo assim, exageraram. É que há sempre a esperança de tudo se ajeitar no ano seguinte. Ponto. Passou. Estamos prontos para recomeçar outra vez. De volta à nossa casa, ao trabalho, que nos revigora e nos inspira ainda mais.
Na UFPB, somos 3.678 técnico-administrativos, 2.672 professores e 32.000 estudantes. Aprendemos e ensinamos todos os dias. Ao longo de 2017, com prioridades bem definidas, unidade e foco na gestão, apesar das restrições orçamentárias impostas, honramos o nosso compromisso. A instituição cumpriu com louvor a sua missão.
Assim, além do ensino, da pesquisa e da extensão, entregamos gratuitamente à população arte, cultura, serviços hospitalares, educação básica e outras tantas ações de qualidade elevada. Contribuímos, enfim, com a promoção da cidadania, apesar do Estado de Exceção, de pós-democracia, que fustiga e fragiliza as instituições.
Aceleramos o nosso passo. Realizamos mais de 180 eventos, produzidos por todas as áreas do conhecimento, com repercussão local, nacional e internacional. Subimos quinze posições no ranking QS da América Latina. Nesse contexto, hoje, estamos entre as 100 melhores universidades. A Internacionalização e a inclusão constituem-se, portanto, prioridades. Definitivamente, somos destaque em ciência, tecnologia e inovação.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (ANDIFES) mostra que, no geral, os orçamentos das universidades para 2018 estão 20% menores em custeio e 90% inferiores em capital, se comparados aos valores de 2014, corrigidos monetariamente. Aponta que os recursos para ciência e tecnologia, hoje, equivalem a pouco mais de um terço de quatro anos atrás.
Indica que, ao longo da última década, mesmo que o processo de expansão tenha possibilitado dobrar para um milhão e duzentos mil o número de alunos na graduação e na pós-graduação, esse relevante crescimento das Universidades Federais não foi correspondido por orçamento compatível. Agora, o valor em reais por Aluno Equivalente é 42% menor do que em 2011. No mesmo período, o programa de subsídio às Instituições Privadas de Ensino Superior por meio do FIES passou de 2,1 para 21 bilhões de reais, contrariando a Meta 12 do Plano Nacional de Educação, que prevê ampliação das vagas públicas dos atuais 25% para no mínimo 40% do total de matrículas. Há uma opção clara pelo ensino privado em detrimento do público.
Nesse contexto, a Emenda Constitucional 95 implica não apenas na perda de recursos de investimentos para 2018, mas também para os próximos 20 anos. A Reforma da Previdência potencializa aposentadorias sem perspectiva de reposição. O Decreto 9.262 extingue cargos, impede nomeação e realização de concursos para técnico-administrativos. Ou seja, há um conjunto de ações articuladas que visam destruir um patrimônio do povo brasileiro - a universidade. É a receita neoliberal desenhando a face cruel e excludente do Estado Mínimo.
A UFPB sempre nos deu régua e compasso. Dentre outras lições, generosa e gratuitamente, nos ensina que só o conhecimento de ponta é capaz de superar as desigualdades e fazer o país protagonista no cenário geopolítico internacional. Tem mostrado que a narrativa do agouro e da discórdia não constroem. Recomenda sempre a esperança e a unidade na ação como caminho a ser seguido. Aprendemos isso. Os resultados alcançados mostram que sabemos conduzir o nosso destino. Queremos respeito à instituição, aos seus gestores, à comunidade universitária e à população que nos mantêm. É o caso de dizer: “Tire suas mãos de mim! Não queremos invasão policialesca e espetaculosa! Precisamos dos reitores vivos e da universidade pulsante! Privatização jamais!”
Assim, mesmo diante dessa realidade, ninguém vai nos impedir de prolongar a alegria da ceia do Natale da Comemoração do Ano Novo. Ao contrário. Com entusiasmo, vamos cantar e acordar a cidade para o enfrentamento e resistência em defesa da democracia e da Universidade Pública, Gratuita, Inclusiva e Comprometida Socialmente.
Temos certeza de que este é o compromisso de todos os que fazem a UFPB!