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NOTÍCIAS DA EP NO CONGRESSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE DA ABRASCO

A partir do GT de EP da Abrasco, programamos várias atividades ligadas ao campo da educação popular em saúde nesse congresso.
publicado: 04/11/2019 11h46, última modificação: 05/11/2019 15h02

A partir do GT de EP da Abrasco, programamos várias atividades ligadas ao campo da educação popular em saúde nesse congresso. Oficinas, minicurso, mesas-redondas, debate de trabalhos selecionados. E uma Tenda Paulo Freire, articulada pelo movimento do Mato Grosso. Uma Tenda com pouco recursos, mas dinâmica e acolhedora. Não foi uma grande Tenda, como nos tempos das vacas gordas, mas que acabavam sendo mais um palanque para as chefias do Ministério da Saúde, que pautavam a maioria da programação. Muitos de nós ficamos desanimados em articular as Tendas em Congressos, pois já sabíamos que seriam pautadas por lideranças do Ministério, que davam passagens e diárias para algumas pessoas do nosso movimento para se legitimarem no controle dessa Tenda meio ministerial.

 Pedro Cruz foi convidado para participar da comissão organizadora do Congresso e foi muito respeitado, abrindo muitas portas para nós. Foi muito bom ver um quadro nosso, tão jovem (tem 32 anos) sendo super valorizado pelas lideranças da Abrasco. Entregaram para ele a organização da manifestação política em defesa do SUS, articulando os movimentos sociais presentes. Fez isso muito bem. Acho que os antigos da Abrasco perceberam sua capacidade de trabalho e articulação, sem pompas. Ouvi muitos elogios.

O congresso teve muito muitos menos participantes do que era esperado (apenas umas 900 pessoas). Mas foi um congresso aconchegante e cheio de interações.

O GT da Abrasco se reuniu para redefinir o novo modo de organização, já que Júlio Wong não queria mais continuar na frente do GT, depois de vários anos dinamizando-o. Foi impressionante como nosso GT melhorou a relação com os outros setores da Abrasco a partir do jeito amigo do Júlio aproximar e articular. Quando converso com as pessoas de frente da organização da Abrasco, sinto como Júlio mudou nosso contato. Deixamos de ser um grupinho marginal. O secretário geral da Abrasco, Carlos Silva, ex-orientando de mestrado de Victor Valla, também ajudou muito

Decidimos ter uma gestão colegiada, com Pedro Cruz (responsável pela articulação geral e comunicação), Vanderléia Daron (ainda sem uma especificidade definida) e Neidinha (ainda vai confirmar seu envolvimento, pois não estava no Congresso).

 Um ponto alto do Congresso, foi a entrega dos Prêmios Victor Valla. A maioria dos premiados era de pessoas ainda pouco articuladas por nosso movimento. Foi muito bom ouvi-las e conhecê-las. Nosso movimento ultimamente ficou muito centrado na organização de projetos ligados à Política Nacional de EPS. Acabou ficando muito restrito à participação mais ativa de poucas pessoas mais de frente em sua operacionalização. Deixamos de lado o esforço de inclusão de novos parceiros e novas práticas. Espero que o Prêmio seja um passo nessa nova renovação.

A crise política do SUS atualmente está fazendo que o movimento sanitário comece a valorizar mais a relação com a sociedade civil. O movimento sanitário também ficou muito capturado pelos últimos governos. Os congressos eram ricos, mas grande parte das mesas eram definidas pelos gestores de plantão. Aceitávamos. Afinal, eles tinham discursos muito próximos. E perdemos independência. Intelectuais antes com discurso bem sociológico e vanguardista agora falam em fortalecer a relação com a sociedade civil. Ouvi vários discursos de lideranças de ponta frisarem o papel da Educação Popular nessa nova conjuntura. Nós, com nossas limitações, éramos quase os únicos a valorizar  e investir na relação com a sociedade civil.  A EP está deixando de ser, no olhar deles, o negócio daquela turminha cheia de dinâmicas alegres e algumas perturbações da ordem, mas pouco consistentes academicamente, que eles tinham que tolerar.

O movimento sanitário como um todo está valorizando mais a relação com a sociedade civil. Nós também precisamos fazer isso. Deixar de ter o grosso de nossa energia dedicada à operacionalizar projetos institucionais amplos, mesmo que sejam muito importantes. A crise política nacional, que está significando grandes perdas e derrotas, pode contraditoriamente também nos ajudar a nos renovar. Sermos mais educação popular.

 Bem, essas são algumas de minhas apreciações. Outras pessoas presentes podiam completar.