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Caminhos da Reportagem deste domingo (22) destaca a xilogravura

publicado: 20/05/2022 08h58, última modificação: 20/05/2022 08h58

Uma técnica chinesa do século VI, difundida na Europa medieval e que se tornou um importante instrumento de impressão de livros. Que arte é essa tão tradicional que se tornou aliada do cordel nordestino? E como ela surge no contexto do Modernismo brasileiro e se afirma na arte contemporânea? A xilogravura, arte de produzir gravuras a partir de uma matriz de madeira, é o tema do Caminhos da Reportagem deste domingo (22).

Nossa parceira TV Pernambuco foi até a cidade de Bezerros, a 100 quilômetros do Recife, para mostrar o ateliê do artista plástico J. Borges, um dos maiores mestres da xilogravura e patrimônio vivo de Pernambuco. Bem humorado, J. Borges conta que desde que conheceu o  escritor Ariano Suassuna nos anos 70 e teve o trabalho reconhecido por ele, o ateliê passou a receber visitantes de toda parte. “No bom sentido, eu não tive mais sossego na vida”, ri J. Borges.

No bairro da Lapa, na cidade do Rio, fomos conhecer o ateliê que outro mestre da xilogravura mantém há quase 50 anos, o paraibano Ciro Fernandes. Entre os seus trabalhos de destaque, estão as ilustrações de livros de grandes escritores brasileiros, como Rachel de Queiroz e Gilberto Freyre. Assim como J. Borges, Ciro Fernandes também começou a carreira artística como ilustrador de cordéis. No caso dele, na Feira de São Cristóvão, reduto tradicional da comunidade nordestina no Rio.

Um dos maiores nomes das artes plásticas no Brasil, Maria Bonomi é reconhecida internacionalmente, desde o início da carreira, por suas obras em xilogravura. Ela foi aprendiz de um dos pioneiros da gravura moderna brasileira, Lívio Abramo (1903-1992). Ainda nos anos 60, revolucionou o mundo das artes ao produzir gravuras em grandes dimensões, chegando até a chamada arte pública. A última foi a sensível homenagem “Requiem para os Tombados da Covid-19”, instalada, no ano passado, no Memorial da América Latina, em São Paulo

A ideia que me guia é a de que todo espaço é passível de ser uma grande matriz. Seja o espaço urbano, seja o espaço não urbano”, afirma Bonomi, que busca  despertar a vivência da arte “como um momento de salvar o lado humano do ser, a sensibilidade, a emoção do ser”.

Em cartaz no Paço Imperial, no Rio, com a mostra “Margem Norte”, o artista paraense Diô Viana procura captar o movimento das águas dos rios da Amazônia. Parte dos trabalhos mistura a técnica da xilogravura com a da pintura.

Em São Paulo, o artista visual pernambucano Derlon usa a inspiração do cordel em trabalhos de rua, como o mural de sereia que ele fez para o edifício Copan, no centro da cidade. Derlon tem também obras espalhadas em países da Europa, como Portugal, França e Holanda.

De natureza “mutante”, a xilogravura imprime o imaginário dos menestréis nordestinos e, paralelamente, registra pensamentos modernos e humanistas.  “Uma linguagem artística poderosa, captadora de energia”, como avalia Maria Bonomi. 

Saiba mais no Caminhos da Reportagem que vai ao ar neste domingo (22), às 22h, na TV Brasil, (afiliada em João Pessoa, TV UFPB, canal aberto, 43.1).

Ficha técnica:

Reportagem e produção: Aline Beckstein

Edição de texto: Ana Passos

Edição de imagem: Eric Gusmão

Imagens : Eduardo Viné Boldt, Gabriel Penchel, João Marcos Barboza , Luis Araujo, Ronaldo Parra , William Sales

Auxílio técnico: Caio Araújo, Carlos Junior, Eduardo Domingues,  Maurício Aurélio Marcelo

Drone: Eduardo Viné Boldt

Apoio às imagens: Aline Beckstein, Rodolpho Rodrigues

Parceria com a TV Pernambuco (gravação em Bezerros - PE)

Reportagem: Tallita Marques

Imagens: Pedro Guimarães

Operador de áudio: Paulo Braytner

Diretor de jornalismo: Camerino Neto

Com informações da TV Brasil