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Estudante de Jornalismo da UFPB vence prêmio nacional com reportagem sobre saúde mental de jovens indígenas

publicado: 27/12/2019 18h35, última modificação: 18/11/2024 18h04
Universitário recebeu prêmio no valor de R$12 mil, além de troféu e certificado

Foto: FJLES

O discente Mike Rodrigues, aluno do curso de jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi um dos vencedores do Prêmio de Comunicação Fundação José Luiz Egydio Setúbal, promovido pela instituição homônima. O anúncio foi feito no dia 4 de novembro, e o estudante levou o prêmio na categoria ‘Áudio’, com a reportagem intitulada “Akangatu: Saúde Mental dos jovens indígenas da Paraíba”. O material foi produzido para a Rádio Tabajara, emissora da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) na qual Mike é estagiário de produção.

A reportagem Akangatu, com duração aproximada de 11 minutos, produzida pelo discente do Centro de Comunicação Turismo e Artes (CCTA), concorreu a nível nacional com outras quatro reportagens na categoria ‘áudio’ de emissoras de rádio e televisão do país, o que destaca a relevância em tratar de temas delicados como a saúde mental dos jovens indígenas na Paraíba.

Os jovens ouvidos para o material são de treze aldeias de Baía da Traição, além de relatos de outros moradores, não necessariamente jovens, de aldeias em Marcação e Rio Tinto, todos municípios do Litoral Norte da Paraíba. A reportagem conta também com depoimentos de psicólogos que atuam no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Potiguara, bem como de psiquiatras e antropólogos. 

“Ter ganhado uma premiação nacional, ainda enquanto estagiário, ainda em formação, é uma honra e reforça a certeza de que escolhi o caminho certo. Para entender melhor sobre o assunto, eu embarquei em uma viagem para conversar com lideranças, pais, adolescentes e profissionais da saúde, nas treze aldeias que abrigam a população indígena Potiguara aqui na Paraíba. Ter o meu trabalho reconhecido entre tantos outros, de profissionais já experientes na área, é uma grata surpresa”, disse Mike.

Ainda segundo o discente, os relatos eram bastante fortes: abuso de álcool, automutilações e tentativa de suicídio, comportamentos que refletem como a saúde mental dessa população é afetada principalmente pelo racismo estrutural que a atinge. 

“Foram ouvidos mais de 10 jovens indígenas, e grande parte dos relatos não puderam ser inseridos na reportagem, por escolha em não trazer essas dores de forma tão crua”, relatou Mike Rodrigues.

O discente destacou que, com o reconhecimento, continuará a pesquisar o assunto, desta vez de maneira mais aprofundada, em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O novo projeto também será uma reportagem em áudio e deverá ser apresentado no final de 2025. 

“A ideia é justamente essa, de conseguir os dados, os números que esses órgãos [DSEI Potiguara, Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde - Sesai e Fundação Nacional dos Povos Indígenas - Funai] que cuidam da saúde da população indigena possuem, o que tem sido tarefa complicada. Tenho os relatos de quem vivencia, e de quem cuida diretamente dessa população. Tenho uma pesquisa com os indígenas Karajá. Agora quero os dados dessas populações para além da etnia Potiguara, visto que cada etnia guarda sua particularidade. Não se pode generalizar”, relatou Mike. 

Sobre o Prêmio FJLES

O Prêmio de Comunicação da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) é uma iniciativa  que busca aumentar a conscientização sobre saúde infantil e adolescente entre jornalistas e criadores de conteúdo. O objetivo é estimular a divulgação e ampliar a perspectiva sobre a prevenção e redução de problemas de saúde, tanto no nível individual quanto coletivo. Com apoio técnico da consultoria ponteAponte, a FJLES desembolsou, ao todo, R$ 92 mil em prêmios para os vencedores.

Para conferir a reportagem vencedora, acesse o link: Akangatu: Saúde Mental dos jovens indígenas da Paraíba.

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Texto: Lucas Andrade
Edição: Vinícius Vieira
Foto: FJLES
Ascom/UFPB