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UFPB firma parceria com universidade de Guiné-Bissau para cooperação acadêmica e Tecnológica
A Reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), professora Terezinha Domiciano, e o Reitor da Universidade Jean Piaget (UNIPIAGET), Aladje Balde, de Guiné-Bissau, oficializaram, na última sexta-feira (6), um acordo de cooperação técnica. A assinatura ocorreu no gabinete da Reitoria, no Campus de João Pessoa, com a participação da Vice-Reitora Mônica Nóbrega, da Presidente da Agência de Cooperação Internacional (ACI/UFPB), professora Ana Berenice Martorelli, e das docentes Cristina Crispim (UFPB) e Solange Laurentino (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE), ambas integrantes do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).
O acordo, válido por cinco anos, prevê colaboração entre as instituições em áreas de interesse comum, incluindo intercâmbio de estudantes, docentes e pesquisadores, desenvolvimento de projetos de pesquisa, programas de ensino e extensão conjuntos, cotutela de teses, além de palestras e simpósios. Cada ação será formalizada por instrumento jurídico específico, acompanhado de plano de trabalho detalhado.
Uma das ações de destaque que ocorrerão por meio da parceria é a transferência para Guiné-Bissau da tecnologia TEWetland, um novo modelo de ecofossa projetado para tratamento, em residências e/ou pequenas comunidades, de esgoto doméstico e reutilização de água residencial. O invento foi criado no âmbito do projeto de extensão ‘Saneamento básico ecológico para diminuir impactos aos corpos hídricos e lençol freático’, coordenado pela professora Cristina Crispim, e desenvolvido pela docente, além de dois estudantes do curso de Engenharia Ambiental da UFPB. A concessão da patente pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) foi obtida com a ajuda da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova).
O sistema reduz em 80% a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e em 70% a Demanda Química de Oxigênio (DQO), métricas para medir poluição de efluentes, além de minimizar a presença de parasitos e coliformes, oferecendo eficiência superior aos métodos convencionais.
“Esse modelo não necessita do transporte dos efluentes para grandes áreas, para estações elevatórias, tornando-o economicamente viável, pois o gasto com essas infraestruturas é eliminado, e ecologicamente sustentável” destacou a professora Cristina Crispim.
A transferência da tecnologia tem o objetivo de atenuar a carência de sistemas de saneamento básico no país africano, onde, segundo o Reitor Aladje Balde, ainda não há infraestrutura centralizada de tratamento de esgoto.
“O meu país precisa dessa tecnologia para melhorar o saneamento, combater doenças e garantir o aproveitamento da água. É uma inovação que pode fazer grande diferença na Guiné-Bissau” afirmou Balde.
A implementação da TEWetland na Guiné-Bissau é estudada por Toni Nhaga, doutorando do PRODEMA. O pós-graduando nasceu no país africano e veio ao Brasil para cursar o ensino superior por meio do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), iniciativa que oferece a estudantes de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos a oportunidade de realizar a graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras.
Toni continuou sua formação no Brasil e tem a chance de contribuir com o desenvolvimento de seu país natal por meio do resultado de seus estudos. A disseminação do sistema na Guiné-Bissau conta também com o apoio de organizações internacionais, como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A Reitora Terezinha Domiciano parabenizou os envolvidos na cooperação internacional e enfatizou a relevância do TEWetland, que alia inovação tecnológica e impacto social também para o Brasil, colocando o gabinete da Reitoria à disposição para buscar parcerias com organizações públicas e privadas nacionais, a fim de propagar a tecnologia em âmbito nacional.