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Pesquisa da UFPB desenvolve diferentes tipos de patês de alho negro
Uma pesquisa do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, localizado no Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu diferentes formulações de patês de alho negro. As elaborações apresentam-se como novas opções de produtos para a comercialização e utilização em pratos gastronômicos.
Institulado de “Desenvolvimento e Caracterização de Patês De Alho Negro”, o estudo buscou desenvolver diferentes tipos de patês de alho negro por meio da variação de ingredientes e atestou a qualidade físico-química e microbiológica do produto.
A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial do Curso Técnico em Agroindústria. A pesquisadora responsável pelo artigo é Luana Leopoldo Santos, que desenvolveu o trabalho sob orientação da Prof. Elisândra Costa Almeida, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Atuaram como colaboradores: Francisco Lucas Chaves Almeida, Felipe Moreira da Silva e Joyce Silva Pontes de Oliveira.
O artigo concentrou-se em quatro etapas: a obtenção do alho negro por fermentação enzimática; a investigação físico-química do alho negro; a elaboração de diferentes formulações de patês de alho negro e a realização de análises microbiológicas e físico-químicas dos patês.
Os produtos foram desenvolvidos no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Fruto-Hortícolas do CCHSA. Já as análises microbiológicas ocorreram no Laboratório de Microbiologia de Alimentos, também do CCHSA.
Segundo a pesquisadora responsável, Luana Leopoldo, o motivo que levou a equipe a trabalhar com a produção e caracterização dos patês foi a ausência de relatos da obtenção da matéria-prima em todo o mundo e a falta da sua comercialização de forma processada.
Na pesquisa foram utilizados alhos (Allium sativum L) adquiridos em empresas paraibanas de serviços agrícolas. Como explica a pesquisadora, foram selecionados para o processo somente alhos brancos com bulbos uniformes.
Para obtenção do alho negro, utilizaram-se recipientes de vidro, pedaços de cano de PVC devidamente sanitizados e tela de arame galvanizado para evitar o contato dos bulbos com uma solução preparada a partir da diluição de cloreto de sódio em água, utilizada durante o processo de fermentação do alho.
Durante o processo, para que ocorresse a fermentação, conforme elucida Luana, os bulbos foram colocados sob as telas, dentro dos recipientes e submetidos à estufa em uma temperatura de 75ºC ± 2ºC, durante 15 dias. A solução supersaturada foi preparada a partir da diluição de cloreto de sódio em água.
Posteriormente, com a obtenção do alho negro, foram realizadas análises físico-químicas do bulbo. A etapa seguinte concentrou-se na elaboração das formulações dos patês.
Eles foram preparados individualmente seguindo a mesma sequência e processos. Inicialmente, bateu-se a quantidade de alho negro necessária em mini-processador até que não houvesse mais bulbilhos inteiros, conta Luana. Em seguida, adicionou-se os demais ingredientes e homogeneizou-se no mini-processador por aproximadamente dois minutos. Foram produzidos patês com creme de ricota cremoso, requeijão cremoso light e creme de leite. Feito isso, os patês foram acondicionados em recipientes de vidro estéreis e armazenados sob refrigeração até o momento da realização das análises.
Com a realização das análises, constatou-se, que os patês possuíam boas condições microbiológicas, sendo possível, assim, a comercialização e o consumo.
“A verificação foi realizada para atestar a qualidade microbiológica dos produtos elaborados a fim de comprovar a aptidão para comercialização. Também foram analisados fatores como umidade, atividade de água, Ph, acidez total e açúcares totais, do produto”, esclarece Luana.
Segundo a pesquisadora, a elaboração dos patês de alho negro possibilita não somente o aumento da praticidade, mas também a diversificação de produtos no mercado.
“Os patês apresentam-se como novas opções de produtos para a utilização em pratos gastronômicos e comercialização pela indústria para o consumo com outros produtos diversos. Isso colabora para a diversificação do mercado, contribui com a economia e aumenta a oferta de produtos diversos para o consumidor final”, pontua a pesquisadora.
A pesquisa começou a ser desenvolvida em setembro de 2017 e foi finalizada em agosto de 2018. Ela fez parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), contou com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da UFPB (Propesq) e foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para conferir o artigo completo, basta acessar o link.
Reportagem: Mellody Oliveira