Notícias
Pesquisa da UFPB testa tratamento para transtorno de ansiedade social
Pesquisa realizada pelo Laboratório de Neurociência Social (LNS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) busca desenvolver tratamento para o Transtorno de Ansiedade Social (TAS). O estudo é desenvolvido pela doutoranda Rianne Gomes, sob orientação do professor Nelson Torro e colaboração da estudante Daniely Santana.
Rianne Gomes conta que a pesquisa avalia se há alteração no padrão de movimentos oculares em indivíduos com Transtorno de Ansiedade Social (TAS), ao visualizarem fotografias e faces emocionais, após uma situação que ocasiona ansiedade.
“Na última década cresceu o número de estudos com pessoas que têm ansiedade social. Combinando a metodologia do rastreamento ocular de situações sociais e ameaçadoras, através de uma tarefa ansiogênica (que provoca ansiedade), podemos desenvolver estratégias de intervenções terapêuticas e um posterior tratamento para o transtorno”, afirma.
Na pesquisa serão realizadas duas experiências. Na primeira, os participantes deverão apenas olhar livremente três faces com expressões emocionais que serão apresentadas simultaneamente.
Em seguida, deverão olhar livremente para duas fotografias que aparecerão juntas. Na sequência, deverão indicar a direção de uma seta que aparecerá após observar um par de faces com expressões positivas e negativas.
Durante todo o experimento, será capturada a movimentação ocular dos participantes, por meio do aparelho Eye tracker, tecnologia que mapeia, registra e analisa as atividades da íris humana em movimento quando estimuladas por meios visuais.
De acordo com a pesquisadora, também será verificado se há alteração no padrão de movimentação ocular, após utilizar uma técnica de tirar a atenção da expressão negativa (já que eles são inclinados a isso) em sujeitos com sintomas do TAS, após momento de inquietação.
“As pessoas com ansiedade social têm a característica de parar o olhar mais vezes, porém por menos tempo, em algumas características emocionais (principalmente as negativas). É como se elas ficassem mais atentas e menos relaxadas diante de uma expressão facial emocional”.
Segundo a pesquisadora, o estudo busca verificar se o tratamento altera o padrão de movimentação ocular em sujeitos com Transtorno de Ansiedade Social (TAS). “Se houver essa alteração posterior, quer dizer que é possível reestruturar ou ressignificar alguns aspectos que retroalimentam a ansiedade”.
Para Rianne Gomes, sabendo que essa técnica para tirar a atenção da expressão negativa altera o padrão de movimentação ocular, é possível ampliar o seu uso em clínica. “E até mesmo junto com outros estímulos. Essa ampliação é uma coisa pensada para um pouco mais para a frente, com outras pesquisas que estamos planejando".
Ainda é possível participar do estudo, que analisa pessoas de 18 aos 40 anos, com e sem sintomas ou diagnóstico de Ansiedade Social. Quem tiver interesse ou curiosidade pode entrar em contato, através do e-mail rastreamentotas@gmail.com ou preencher os dados a partir deste site.
Carlos Germano | Ascom/UFPB