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Projeto da UFPB promove festa da consciência negra em Mituaçu, no Conde
O projeto Histórias de Quilombo: Memórias e identidade coletiva na produção audiovisual da comunidade quilombola de Mituaçu, Conde, PB da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) promove a 3° edição de festa da consciência negra em Mituaçu nesta sexta (29), no Conde, Região Metropolitana de João Pessoa. A comunidade quilombola receberá visitantes a partir das 17h, no Quintal Cultural.
Haverá apresentações culturais, como a Lapinha, exibição de cordelistas, com a participação de Ivanilda de Gusmão, e danças como a zumba. A festa também dará espaço para artistas convidados, como o cantor Beto Melo, os Tambores do Tempo, da Escola Viva Olho do Tempo, e o grupo de Coco de Roda do quilombo do Ipiranga, também do Conde. O evento ainda contará com um cardápio de comidas regionais.
Segundo Patrícia Pinheiro, coordenadora adjunta do projeto, o objetivo da festa é “chamar a atenção para a história de luta e superação das famílias que construíram esse território quilombola, destacando a alegria de viver, a dança e a música, a abundância de comidas, os frutos da terra, o respeito à natureza e a tudo que ela nos dá, além da valorização do trabalho do ano todo feito pela escola”.
O projeto tem trabalhado desde 2017 na produção de um acervo com fotografias, vídeos, desenhos e diversos produtos artesanais produzidos pela comunidade, englobando múltiplas formas de aprendizagem, criatividade e diversidade.
Neste ano, estão em curso oficinas de fuxico, confecção de bonecos e educação ambiental. Um dos objetivos priorizados é o registro e a valorização de práticas e saberes da comunidade, em parceria com a Escola Ovídio Tavares de Morais.
O evento é organizado pela escola Ovídio Tavares de Morais desde 2017, com grande participação dos alunos. Neste ano, em parceria com a UFPB, Posto de Saúde de Mituaçu, a Creche Vó Joana e a Prefeitura de Conde.
Mituaçu fica rodeada por dois rios muito importantes para a comunidade, o Gramame e o Jacoca, e as principais atividades desenvolvidas são a pesca, a agricultura e o artesanato. As narrativas de chegada das famílias negras nesse local remontam de pelo menos o século XVII, com indicações da presença de negros escravizados que sobreviveram a naufrágios na costa paraibana e que ocuparam o Litoral Sul.
Outro relato importante para a comunidade é a história de Li, Kaká e Maria Croata (ou Toquarta), irmãs, negras e ex-cativas, das quais descenderia grande parte da comunidade, que também se conecta com outras duas comunidades quilombolas próximas, Guruji e Ipiranga.
Ascom/UFPB