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UFPB inaugura prédio do núcleo de estudos e pesquisas em materiais
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) inaugurou, na tarde desta quinta-feira (30), o prédio do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Materiais (Nepem), localizado no Centro de Tecnologia (CT), no campus I, em João Pessoa.
A obra teve investimento de R$ 469.931,92. Os recursos são de convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades e institutos tecnológicos, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Os trabalhos tiveram início em 7 de maio de 2020 e foram concluídos em 2 de agosto de 2021.
O edifício tem 584 m² distribuídos em térreo e piso superior. De acordo com Jairo Inocêncio, Superintendente de Infraestrutura da UFPB, a obra foi realizada em duas etapas. “Por motivos administrativos, foi paralisada na primeira e, em uma segunda etapa, com uma nova empresa, foi finalizada. Houve uma depreciação do prédio no período em que ficou paralisada. Por isso precisou ser reparada na etapa de conclusão da obra”, explica o engenheiro.
Sem nunca ter tido um espaço próprio, o edifício do Nepem foi construído justamente para abrigar pesquisadores, equipamentos e laboratórios adquiridos recentemente, por meio de convênios, e apresenta diversas inovações.
Segundo o Superintendente de Infraestrutura da UFPB, a edificação tem excelente sistema de proteção contra descargas atmosférica, com base no Método de Faraday, e a Sala de microscopia de força atômica possui uma instalação de estrutura de isolamento térmico e estrutura de sistema de proteção contra cargas eletromagnéticas, composta por uma Gaiola de Faraday e barras metálicas.
A construção também dispõe de suporte elétrico e lógico para inserção de equipamentos de grande sensibilidade e de grande porte, acessibilidade para PCD’s em banheiros e escada, com plataforma a ser instalada na escada de acesso ao pavimento superior e excelente área externa com jardins e pavimentação em intertravado, possibilitando drenagem e absorção de água de chuva.
Na avaliação do Reitor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia, toda e qualquer obra inaugurada na Universidade representa avanço, oportunizando maiores e melhores condições de ensino e trabalho para a comunidade universitária.
“Inaugurar a obra do Nepem é abrigar, em melhores condições, equipamentos sofisticadíssimos que poderão contribuir não apenas com o ensino e a pesquisa, mas oferecer recursos que agreguem a soluções de problemas práticos da sociedade, cobrindo não somente as áreas de engenharia e tecnologia, mas também as de saúde, humanas e sociais”, afirmou o Reitor da UFPB.
Para o atual coordenador do Nepem, Prof. Sandro Marden, as pessoas são a principal joia do núcleo. “O Nepem tem uma história longa, que começou, principalmente, com o professor Severino Jackson Guedes de Lima. Ao voltar de doutorado na França, trouxe muitos conhecimentos acerca de materiais para o Nordeste brasileiro, culminado, na Paraíba, na criação da graduação e da pós-graduação em engenharia de materiais da UFPB”, contou o coordenador.
Prof. Sandro Marden destacou ainda que o núcleo não se limita à engenharia de materiais, porque agrega diversas áreas em pesquisas interdisciplinares. “Hoje, inauguramos nossa estrutura física. Faremos o lançamento com as pessoas que semearam esta ideia. Temos uma rede internacional de colaboração. Recentemente, aprovamos quase R$ 2 milhões para estudos de terras raras. Estas instalações serão úteis para a estabilização da Barreira do Cabo Branco [em João Pessoa]. Quando acabarmos aqui, já irei conversar com representante do Hospital Universitário Lauro Wanderley sobre parcerias”, adiantou o coordenador do Nepem.
O diretor do CT da UFPB, Marcel Gois, afirmou sentir alívio e felicidade com a inauguração do prédio do Nepem. “Resiliência é uma palavra que está na moda, mas muitos não sabem que é uma propriedade dos materiais. Esta inauguração só foi possível porque tivemos resiliência”, garantiu o gestor.
Rodinei Gomes, do Departamento de Engenharia Mecânica, conjectura que as novas instalações subsidiarão estudos com e para indústrias e assistirão a universidades, faculdades e institutos vizinhos.
“Este espaço fará diferença nacional e internacionalmente. Com ele, conseguiremos avançar ainda mais fronteiras do conhecimento, por meio de parcerias com pesquisadores da Inglaterra, França, Japão e Estados Unidos da América (EUA), por exemplo”, comentou o docente.
Marçal de Queiroz Paulo atua no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) e é um dos pesquisadores que atuam no Nepem. Ele ressaltou o aparato tecnológico. “Há equipamentos de grande porte para análises de materiais, como Difratômetro de Raio-X D8 Bruker, Microscópio Eletrônico de Varredura FEG e Microscópio de Transmissão MET, apenas para citar alguns”, exemplificou o cientista.
Além do Difratômetro de Raio-X, que permite a avaliação da estrutura cristalina dos materiais e a ordenação atômica (“o DNA dos materiais”), o Nepem conta com um microscópio eletrônico de transmissão, com o qual é possível avaliar materiais em uma escala muito pequena, tanto do ponto de vista estrutural quanto material e morfológico.
Há ainda um microscópio eletrônico de emissão de campo capaz de aumentar 1 milhão de vezes e que possui um analisador químico e estrutural. São três ferramentas complementares que, aliadas aos demais equipamentos existentes na UFPB, transformam o núcleo e a Universidade em um centro capaz de agregar demandas complexas e promover o desenvolvimento de tecnologias com fundamentação científica essencial para a indústria e a sociedade.
Iniciativa que nasceu de editais da Finep, o Nepem da UFPB é um projeto interdisciplinar com a ideia de conectar a Universidade com demandas de grande impacto para a sociedade na área de materiais, sendo fomentada por pesquisas ou quando acionado por empresas e instituições.
A atuação do núcleo abrange as áreas de nanociência e nanotecnologia para o desenvolvimento de novos produtos, avaliação ambiental, integridade estrutural, podendo contribuir com muitas frentes que necessitem de pesquisadores com experiência nas diversas áreas pertinentes.
Também prestigiaram a solenidade a Vice-reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira, o diretor do Centro de Informática, Prof. Lucídio Cabral, o Vice-diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis, Prof. Marçal Rosas, dentre outros gestores, professores e pesquisadores.
Melhorias na UFPB
O Reitor Valdiney Gouveia pontua que a UFPB tem inaugurado muitas obras, entre elas, Espaço do Servidor, o próprio Nepem, Almoxarifado, Clínicas de Odontologia, Restaurantes Universitários e Usina de Energia Solar.
Conforme o Reitor, estão em andamento, no campus I, melhorias na Biblioteca Central, no Portal dos Centros de Informática (CI) e do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR), em Mangabeira, e nos Laboratórios Integrados para Pesquisa em Meio Ambiente, Novos Materiais Catalíticos e Fármacos (Limacafar).
Estão em processo de licitação obras na Escola de Música e no Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR). Nesta sexta-feira (1º/07), será reaberto o Museu Casa Hermano José, no Jardim Oceania.
Segundo o Reitor, a principal dificuldade para começar uma obra é contar com recursos orçamentários extras. Contudo, ele assegura que tem feito o melhor para aproveitar cada centavo e reverter em melhorias para a UFPB.
“Conseguido o recurso, o segundo problema - talvez o mais grave de todos - é contar com empresas que sejam realmente comprometidas. Infelizmente, em todo o Brasil - e não apenas nas universidades - temos tido problemas de empresas que não concluem seus trabalhos; esta situação atinge inclusive órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU)”, exemplificou o Prof. Valdiney Gouveia. Conforme ressaltou o Reitor, ao longo do tempo, a obra teve as contribuições dos reitores anteriores, Prof. Rômulo Polari e Profa. Margareth Diniz.
O Reitor Valdiney Gouveia cita, ainda, o terceiro maior problema, que diz respeito à capacidade de preparar projetos com a velocidade que demanda uma instituição tão grande quanto a UFPB. “Precisamos ampliar nossas equipes de licitação, execução e fiscalização de obras”, apontou.
Nepem
No térreo do prédio, há o laboratório de microscopia de força atômica, sala para entrega de amostras, sala para recepção de amostras, duas salas de refrigeração, laboratórios de preparação de amostras, de microscopia eletrônica e de força atômica, sala com banheiro para a coordenação do Nepem, recepção, área de escada, Hall de entrada, circulação dos laboratórios, banheiros masculino, feminino e banheiros para pessoas com deficiência (PCD) e varanda de entrada.
No piso superior, sala multimídia, laboratório de macrografia, laboratório de ensaios não-destrutivos, laboratório de microscopia ótica, almoxarifado, copa, circulação de laboratórios e escada, área de escada, terraço com fachada frontal, terraço técnico com fachada de trás e banheiros masculino, feminino e banheiros para PCD.